Escrevo as palavras que me voam
Livres da tela em que as pinto
Enfunam as velas do que sou
Sopradas na proa que me sinto
Soltas nos versos em que se beijam
Seguem a esmo enlaçados rumos
Baías tumultuosas, serenas tempestades
São portos de passagem com o poema por destino
Ícaros de mim nas asas em que amam
Aventuram-se destemidas além do horizonte
Apresentam-se nuas no verso ainda incerto
Vestem-se do puro sentimento que as guia
Se alguma vez Poesia lograrem beijar
A mais bela e nobre flor de Éden
Que sejam infinitas num amor-perfeito
E nela se recolham sem nunca a colher
2010-09-15