pé ante pé a cada pedra
pouso a rota que me ensino
suposto suporte do que voo
d’aquém tateio o meu passo
leve tino no que faço
leme rumo que me destino
nos caminhos das minhas perdas
perdem-se de névoa meus dias
passos perdidos no vento
marcos de um chão pretérito
indeléveis sinais que além vejo
em quantas pedras me penso
já se adianta todo um só tempo
ao mesmo tempo que já não é
ainda as pedras que ainda não
o são de mim que perdas serão
vão-se em espaços que se vão
chão dos passos que em si virão
nas pedras em que me sento
antes de tudo antes de pé
2011-09-30