Cume

Meu rosto abstracto se concretiza no horizonte
Em que me contemplo
Quedo
Sob a bolina do vento que me esvoaça os cabelos
Realidade erecta e solitária da aridez a que subi

Um corajoso musgo povoa firme as pedras nuas
Onde me as-sento
Sinto
Sob a chuva agreste que me cai de brejo
Chão inventado de raízes que me renascem

Verso perdido de mim se acha em palavras mudas
Que me (re)escrevo
Leio
Sob o silêncio que ecoa em meus fundos vales
Folha transparente de entre-linhas que me fraseiam

De raíz invento,
Flor
Do musgo faço,
Amor
No cume de mim
Rosto resto
De meu corpo deito
Em leito de pedras
Lidas
Lavro
De seda
Meu jardim

2010-10-20

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