vejo quanto imagino
imagino quanto vejo
teu traço de luz
e a cor de dentro
firme forma
suave contorno
da curva de meus sentidos
meu beijo mudo
teu sei o mundo
delírio palpável
do sonho
dedos perdidos
tateando sem rumo
a bravura sem ve la
na baía dos segredos
no beijo selamos
a liberdade sumida
ardida
lacre de corações revoltos
caos do sangue
inferno que se eleva céu
sob o arrepio da pele
a paixão queima
quer-nos inteiros
de amor perdidos
ébrios sem norte
até à incandescência das águas
a rarefação do ar
a que sobrevive
apenas
o desejo de mais
em solstício persistente
quanto imagino vejo
quão vivo me desejo
2015-04-30