Quem

quem
se horroriza com minhas entranhas
quando nasço
animal
e me aplaca a ira
sob um manto escuro
cresço

quem
espaventa meus medos crus
quando julgo
errante
e me argue o grito
sobre que destino
creio

quem
alumia a cor de meus olhos
quando beijo
intrépido
e me acaricia a dor
sob lençóis de sonhos
amo

quem
se agiganta na minha pele
quando leio
erguido
e me revela o poema
sobre pautas livres
canto

quem
és tu
de raíz hás
humus de ser
humano de pé
até não mais temer
querer
eu ser
quem

2014-04-30

Esta entrada foi publicada em Poesia com as tags , , , , , , , . ligação permanente.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *