és grito quando nasces
e choras
em pleno riso para o mundo
homem
és de novo homem
quando mulher
morres e nasces
semente e fruto
da perenidade do tempo
seio
sempre flor
queima nas tuas mãos
todas as queixas do mundo
nos sonhos
que tardam
para lá do amanhecer
serena
tua prece
não se apresse
ainda que teus joelhos doam
intrépidos
sob o murmúrio das vozes
e desejos incontidos
ouve o silêncio e a dor
de todas as planícies desérticas
ausências de ti
no verde de teus olhos
quando horizontes se fecham
caminha
tuas montanhas azuis
até ao dealbar das estrelas
semeia destinos
sobre as curvas das noites
em corpos que se amam
inventando sentidos
de momentos perecidos
sê amor em quanto morres
e ri
em todas as partidas do mundo
2013-08-30