que arte tradizente
me diz
o poema
inda pressente
entre palavra entre gente
traduz se lido
so mente
eu e tu, tu e eu
eu sou tu, tu és eu
em que palavra me induzes
quando minha em caderno meu
o sal e o ouro dos tempos
é o sol que transluzes
por tantas estrelas que seduzes
em escura noite de breu
eu vou, tu vens
indo por ti e por mim
me afloras
amanhãceres memórias
flores de entardecimento
canteiros de minhas estórias
cidades nuas, ruas correndo
encimadas de esquecimento
em fugaz deslumbramento
vislumbre de vãs glórias
poeta me vou, poema serás
tu do ser tudo lerás
por que mais
outros dias dirás:
mais mundo a poesia traz
à poesia que o mundo faz
não se enforma a poesia
nem se explica
lida se explana e se entorna líquida
2013-03-30