Das palavras não há certezas
e até de algumas certas
quando certeiras no momento
se desfaz a ilusão
de rigor em todo o tempo
Não há palavras
de que nos possamos despedir
pois nos vêm quando partem
e nos chegam sem aviso
na pressa de seguir
Em cada palavra dada
uma vontade amarrada
um desejo que não desiste
um sonho que se estende
se faz praia alagada
de navio que persiste
Cais de partidas, cais de chegadas
de palavras navegadas
palavras voadas
sentidas
por elas nos escrevemos
riscamos o chão de águas
nos rios que corremos
cursos dos sentimentos
Palavras de nossa mão
que o vento no-las leve
e no-las pese o coração!
2011-03-30