que faço eu destes dias áridos
sem folhas sem manifestos
e o vento esquecido do teu perfume
que faço eu do meu lume
nestas fogueiras empertigadas
na ausência dos espíritos claros
que faço eu das noites ardidas
manhãs das horas tardias
e o sol deserdado do teu rosto
que faço eu do que preciso
nestas querelas disformes
na espera por desígnios raros
que faço eu se me habitam
saudades do teu sorriso
incólume às tempestades
2017-06-30