odeias califórnia
a ameaça dos desertos
na calada indolente dos ventos
odeias lapónia
a delapidação do gelo
na transparência cristalina das águas
odeias amazónia
a sangria da seiva
na selva esfomeada dos tempos
odeias mundo
a sagueza das cidades
sob a pulsação meteórica dos sismos
mas não o novo ritmo dos crepúsculos
a cada rugir do vulcão
não a paz por mares revoltos
nem a árvore
que o rio cresce
na minha e tua mão
sem a serenidade azul
és ilha de fogo
padeces das angústias
dos deuses que te habitam
2015-06-30