Estrangeiro

Estrangeiro sou sempre em qualquer porto
Em que atraco a minha vontade de partir
Se é de velas a minha natureza, ao navegar
É do imenso oceano que sou nativo

Sou filho do mergulho mais profundo
É transparente o leito em que nasci
Sob a quente calmaria dos alísios
Em intensas tempestades me vesti

Cresci nadando à toa, como um louco
Procurando enseadas de abrigo
Cedo descobri, tudo aí é pouco
Se não vejo além do meu umbigo

De velas enfunadas me fiz mar
Em cada porto meu casco tatuei
E por me conjugares o verbo amar
No teu porto franco m’aquietei

2010-07-17

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