Sei que fazes de teus olhos os mais puros cristais
lupas de aladas palavras que o vento ousam
vês nelas a harmonia quando dançam
penetras seu âmago quando em ti pousam
Sei que vestes teus lábios do mais fino cetim
para sussurrar teu doce querer ao meu ouvido
delicados frementes humedecem os meus
em beijos de volúpias tantas quanto permitido
Nas curvas do meu corpo barco de poemas
cavalgo as ondas de teus quentes mares
Aprendiz de timoneiro, naufrágio anunciado
Mergulho fundo até me encontrares
Meus dedos golfinhos brincam tuas ondas
buscam novas aventuras, acham novo mundo
dançam o enleante canto do teu umbigo ego
mais além entram resolutos no mar fecundo
São uis, são ais, são risos, são choros, são gritos
São palavras ditas reditas repetidamente sem sentido
São lumes, são chamas, são fogo de vulcões aflitos
São águas nascentes quentes de lago incontido
E havendo sempre mais mar para navegar
chapinho nas tuas águas aplacadas a calmaria
Encantadas ilhas, portos de abrigo, enseadas
são teu encanto teu brilho, minha poesia
2010-02-06