eu moro num quarto esquadro
meu modo de andar
logro d’ouro os sonhos
desejos com vistas largas
presos a varandins de estrelas
em velas de ventos recuados
onde aparco minhas águas furtadas
vou patamar que passa
de escada em escada
escala de sobe e desce
pátio de canções antigas
de avenidas sem saída
régua sem rumo
com o passo dos tempos
esquadria dos limites
às janelas que nos unem
e o amor em postigos
casa comigo cidade
de todos os nossos ares
2016-09-30