vês o túnel ao fundo do dia
sob a chuva de chumbo
dos anos desterrados
os ventos sopram de fogo
e os rios já não choram de lágrimas puras
o pó, só o pó de semente
princípio e fim das árvores do medo
pescas rumos em lagos negros
cuidas dos sonhos em desalento
e os ventos sopram de fogo
quando teus pés abrem o caminho
e voam sobre os muros
asilas a tua liberdade
acolhida em ninhos de esporas
há olhos que me sorriem luz
são anjos nascidos do chumbo
que me despertam para a madrugada
em lençóis de alumiar os tempos
2015-09-28